O estudo «Digital Transformation: Shaping the future of European healthcare» da Deloitte foi realizado em sete países europeus – Alemanha, Dinamarca, Itália, Noruega, Países Baixos, Portugal e Reino Unido

O estudo mostra que a adaptação dos hospitais portugueses face às novas exigências causadas pela pandemia resultou num aumento da implementação de novas tecnologias e de soluções digitais.

Ainda que os hospitais portugueses se tenham tornado mais digitais, o país continua abaixo da média europeia em termos de utilização de tecnologias 4.0 na saúde.

A pesquisa abrangeu uma amostra de 150 profissionais no mercado nacional:

• 40% são especialistas, médicos de cuidados secundários ou cirurgiões;
• 36,7% são médicos de clínica geral;
• 23,3% são enfermeiros.

Dos inquiridos, 86% dos profissionais trabalham em hospitais públicos.

Conclusões do estudo

O estudo mostra indicadores encorajadores acerca da adoção de novas tecnologias por parte das organizações de saúde. Indica-nos que a pandemia veio acelerar, de facto, a transformação digital e que é cada vez mais decisivo apostar na formação dos profissionais de saúde para que esta mudança sirva da melhor forma tanto pacientes como profissionais de saúde. No entanto, temos de ter em conta que transformação digital não diz respeito apenas à implementação de tecnologia, mas também a uma mudança ao nível da cultura e mentalidade de todos os que dela usufruem.

Carlos Cruz, Partner e líder do setor de Life Sciences & Health Care da Deloitte.

• 80% dos inquiridos afirmam que a sua organização aumentou a adoção de tecnologias digitais em resposta à pandemia;

• 81% dos inquiridos afirmam que a sua organização aumentou a adoção de tecnologias digitais para providenciar suporte virtual e envolvimento com os pacientes;

• 44% dos médicos e enfermeiros inquiridos estão razoavelmente satisfeitos ou muito satisfeitos com a formação fornecida;

• Mais de 60% dos médicos na Holanda e no Reino Unido estão razoavelmente satisfeitos ou muito satisfeitos com a formação fornecida;

• Em Portugal, 47,3% dos profissionais de saúde nunca recebeu, por parte da sua organização, qualquer formação relativa à utilização de novas tecnologias ou recursos digitais, estando muito acima da média europeia ( 25,5%);

• 84% dos médicos e enfermeiros portugueses inquiridos afirmam que a sua organização está razoavelmente bem ou muito bem preparada para a adoção de tecnologias digitais, um número 10% superior à média europeia (74%);

• Na Dinamarca, 89% dos inquiridos acham que sua organização está razoavelmente bem ou muito bem preparada.
• Na Holanda, 84% dos inquiridos acham que sua organização está razoavelmente bem ou muito bem preparada.
• Na Noruega, 79% dos inquiridos acham que sua organização está razoavelmente bem ou muito bem preparada.
• Na Itália, 75% dos inquiridos acham que sua organização está razoavelmente bem ou muito bem preparada.

• Relativamente à Alemanha e ao Reino Unido, 1/3 dos médicos consideram que a sua organização não está rigorosamente nada preparada para a adoção de tecnologias digitais.

Desafios à implementação de novas soluções tecnológicas em Portugal

Quando confrontados com os desafios à implementação de novas soluções tecnológicas nos hospitais portugueses, os profissionais de saúde inquiridos salientaram 3 desafios principais:

1. Burocracia (66,7%);
2. Encontrar as tecnologias certas (62%);
3. Formação adequada do staff para o uso da tecnologia (44%).