Esther Gómez, consultora de comércio eletrónico da Sage, analisa neste artigo se é rentável investir em soluções logísticas, num cenário em que o volume de encomendas cresceu 128% devido ao confinamento, gerando engarrafamento no serviço de comércio eletrónico.
Porque é que as encomendas estão a aumentar e o investimento em logística a diminuir?
A UNO, uma organização empresarial de logística e transporte, recolheu dados muito reveladores sobre o comportamento dos utilizadores nas suas compras online durante o confinamento. As pequenas transformações em casa, farmácia ou o equipamento desportivo têm sido os grandes protagonistas nesta área, aumentando a sua procura em 100, 54 e 200%, respetivamente.
No entanto, o crescimento espetacular das encomendas contrasta com a redução do investimento empresarial em recursos logísticos, que diminuiu 50%. Isto deve-se principalmente à queda das encomendas nas lojas físicas, resultantes do encerramento massivo de estabelecimentos comerciais.
O comportamento desta curva descendente mudou radicalmente a visão dos investidores sobre a situação pré-crise, quando o interesse pela logística aumentou 7,5% em relação a 2018, atingindo 1.684 milhões de euros.
Exemplos de investimentos bem sucedidos
Nesta crise, gigantes tecnológicos como a Amazon ou a Apple viram as suas vendas multiplicarem, mas também sofreram quedas nos lucros. Mas esta situação não os impediu de continuar a investir fortemente na logística para acompanhar a atividade frenética, incluindo o aumento e qualificação do seu pessoal, custos de transporte adicionais ou aumentos salariais.
Desta forma, puderam continuar a desenvolver a sua atividade durante a crise, o que nos dá uma pista sobre como enfrentar os engarrafamentos, através de investimentos no controlo de stocks e logística.
Transformar o custo num investimento rentável em tempos de crise
Num setor onde os prazos de entrega são cada vez mais curtos, o consumidor é muito mais exigente quanto ao tempo de entrega e onde as empresas têm de garantir a disponibilidade constante de stocks, é essencial investir na logística.
Mas como é que isso pode ser feito em tempos de crise?
Aposta na tecnologia cloud
A integração de todos os canais de comunicação que servem de ponte para gerar leads, ou seja, o omnichannel, é uma nova filosofia de vendas que surgiu como consequência do consumo. Esta estratégia, deve estar mais presente do que nunca, numa época em que as encomendas online aumentaram 128% nos últimos dois meses.
Por conseguinte, numa era de darwinismo de mercado em que só as empresas bem adaptadas sobrevivem, é necessário ter uma tecnologia cloud que controle as seguintes áreas:
- Compra personalizada
A estratégia omnichannel desempenha um papel importante ao ajudar as empresas a adaptar os seus serviços ao que o cliente procura de uma forma precisa, através de um feedback eficaz.
- Gestão de Stocks
Não podemos esquecer que um controlo deficiente dos stocks tem um impacto negativo na experiência do utilizador. Se ocorrer um processamento incorreto, se o stock não for automaticamente atualizado ou se o produto não estiver disponível após a compra, a perda do cliente é garantida.
Dispor de uma plataforma logística única
Uma das chaves para combater os picos do comércio eletrónico é a centralização numa única plataforma logística ligada aos diferentes pontos de venda. Desta forma, os produtos de venda são muito mais controlados.
Além disso, graças às soluções de PRE personalizadas , esta plataforma também pode ser flexível e multicanal, cobrindo todas as encomendas unitárias, o retalho e os fluxos de reabastecimento.
Através de estratégias click&collect
Tendo superado a 1ª fase desta crise, o click&collect é, sem dúvida, uma estratégia que ajuda a incapacidade de algumas empresas de enfrentarem entregas em massa ao domicílio. Permite ao utilizador usufruir da comodidade oferecida pelas compras no site (click) e da proximidade da loja física, onde pode levantar fisicamente o produto (collect).
O investimento em stock: muito mais do que um custo
A falta de um PRE que forneça dados atualizados sobre o stock conduz a custos adicionais, prazos de entrega mais longos, maior expiração dos artigos à venda e insatisfação dos clientes, pelo que este investimento, especialmente em picos de procura, deve ser tido em conta pelas empresas.
Por outro lado, estas soluções ajudam a optimizar a gestão do armazém, garantindo uma cobertura bem sucedida das operações de venda em massa e evitando quaisquer erros na recolha (preparação de encomendas), uma fase chave na cadeia de abastecimento.
Um mau investimento em controlo de stocks e logística não só afeta a imagem da empresa, como também provoca atrasos nas entregas, a localização errada do produto ou das mercadorias e a perda de clientes.
Assim, a explosão do consumo online torna necessário, mais do que nunca, investir em soluções de controlo de stocks e logística, bem como em novos profissionais que saibam operar no mundo do comércio eletrónico.