Desde o aparecimento do coronavírus, o número de ataques cibernéticos aumentou mais de 600% em ataques específicos, como o phishing de lança.
O coronavírus está a marcar muitos pontos de viragem para a sociedade. Tantos que por vezes é difícil mencionar apenas um, para além dos sempre relevantes cuidados de saúde. Mas, como dizemos, não é só nos sistemas de saúde dos países que este vírus tem marcado um antes e um depois. Teve também um impacto na criminalidade.
Em consequência da crise sanitária e do confinamento obrigatório em muitos países do mundo, a criminalidade de rua ou tradicional diminuiu, enquanto, pelo contrário, a cibercriminalidade atingiu máximos históricos. Por exemplo, um estudo recente da Check Point salienta que se registou um aumento de 30% nos ciberataques relacionados com a COVID-19, muitos dos quais envolveram esquemas de correio electrónico, com uma média de 192.000 ciberataques documentados relacionados com vírus corona por semana.
Como referimos, o phishing direccionado, são os ataques que estão a aumentar, aproveitando uma situação única em que a grande maioria dos empregados em todo o mundo continua a trabalhar a partir de casa, frequentemente com uma rede WIFI vulnerável, utilizando os seus dispositivos pessoais para trabalhar e num contexto em que a confusão em torno da crise de saúde, económica e social, abunda.
Como proteger-nos?
Neste contexto, que é a priori favorável à cibercriminalidade, é essencial centrar-se na cibersegurança, tanto ao nível da tecnologia como em termos de sensibilização dos próprios trabalhadores. Como já referimos, o phishing é uma das técnicas que mais cresce e pode transformar um empregado básico de uma empresa na porta de entrada para subir a objectivos mais elevados.
Dito isto e centrado na sensibilização dos trabalhadores, é importante seguir uma série de regras:
- Regulamentar antecipadamente a utilização de dispositivos pessoais para uso corporativo, se necessário.
- Separar o ambiente privado ou pessoal do ambiente empresarial.
- Manter os dispositivos sempre actualizados
- Ter um antivírus activado.
- Descarregar aplicações empresariais (apenas permitidas pela empresa), bem como utilizar sempre o mercado oficial para adquirir aplicações também na área pessoal.
- Preste muita atenção à segurança e confiança dos sites que utiliza.
- Aplique o bom senso a todas as mensagens que receber, independentemente do canal. Email, redes sociais, website…
- Em caso de suspeita, não clique em nenhuma ligação ou descarregue nenhum ficheiro, pois esse simples gesto seria o ponto de viragem na infecção.
- Em relação aos embustes que correm através das redes sociais, preste também atenção e senso comum, contrastando sempre a informação com as fontes oficiais. Em caso de dúvida, mais uma vez não partilhe ou clique.
- Se estiver perante um esquema, contacte as autoridades e denuncie – seja pró-activo na defesa das suas informações e das dos outros!